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Amor e ódio no Instagram: nem Madonna está a salvo

Gente do fitness, da moda, da música, do mundo dos chiques & famosos, gente comum que nunca vi mais gorda, pessoal da gringa, gente da fotografia que me fotografou e achei que valia a pena, mas me arrependi. Sigo 314 pessoas no Instagram e, olha, boa parte não faço ideia do porquê. E aposto que muitos que me seguem também não sabem dizer.

Clicar no botãozinho de follow ali é sinônimo de gostar de alguma coisa. Mas do que exatamente? Das fotos? Não, não. Com tanta postagem ruim, com tanto meme de site de humor roubado, por que desejamos observar tão de perto algumas pessoas? Ver todo dia o que elas fazem em frente ao elevador – eu incluída?

Se no Facebook a amizade é bilateral, no Twitter e no Instagram a coisa é bem diferente e temos a fabulosa opção de escolha. No Twitter, acho tudo bem claro: gostar do que a pessoa posta. Stalkear. Acompanhar interesses em comum. Enfim. No Instagram, levamos a egotrip do Fotolog à última potência e a mistura de diário fotográfico móvel com plataforma de publicação ganha tantas nuances que fica difícil de entender, ainda mais com os vídeos (ainda mais toscos) que andam torrando nosso 3G para serem carregados.

Entre fotos escrotas e outras estrategicamente calculadas, o Insta também se consolidou como a ferramenta perfeita do ame ou odeie, vide a quantidade de comentários horríveis que as pessoas não hesitam em deixar. Como se o dono da imagem não estivesse ali, sendo ofendido em tempo real com os alertas bombando no celular. Acho, aliás, esse o maior legado do Instagram até agora: a coisificação das pessoas. “Não gostei, não curti, mas preciso dizer quão lixo foi essa publicação. Que ela melhore, porque da próxima eu não vou perdoar”. Por que seguir, então?

Na internet toda é assim, mas na redezinha fica óbvio: o ódio mobiliza muito mais que o ~amor~, o fanatismo fala muito mais baixo do que a trollagem e os comentários são postados no claro intuito de tirar o sono do coleguinha aspirante a fotógrafo. E nem os famosos estão imunes, vide a quantidade de não-notícia publicada diariamente com assuntos life changing como “fulano publica foto da barriguinha e é criticado” ou “ciclana registra vestido novo e ouve que está magra demais”.

Às vezes acho que quanto mais timelines, mais teremos a constante impressão de que estamos online para sermos servidos de bandeja, alimentados de humor, notícias, inutilidades, imagens lindas, gatos apenas fofinhos e rostos apenas bonitinhos.  Até porque, veja, eu já tô aqui por você, então por que você não posta uma foto que eu gosto para mim? Hein?

Daí me diz, por que você segue alguém no Instagram? Segue pra amar ou ama odiar?

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  1. Queria entender pessoas que levam a vida ou a internet a sério demais. Que acham que você precisa agradar a eles sendo que muitas vezes você nem sabe quem são. Você vive sua vida melhor forma possível e agora tem a internet inteira pra dar pitaco. Okay, cada vez mais andamos nos expondo muito, mas de vez em quando, as pessoas abusam do poder da expressão livre e dá vontade de voltar a viver em uma toca.

  2. Tem como dar um like nos comentarios acima? (Rs…)
    Seguindo para amar ou odiar, em qualquer que seja a rede, o que mais me assusta é o quanto, a cada dia, grande parte disso se resume a exposiçao apenas, com pouco conteudo e muito vicio envolvido. Falo por mim e por quem sigo, mas mais por mim, que a cada dia tento focar no que inporta e me vejo desvuando meu tempo e atencao pra qualquer coisa que nao deveria me importar. Por isso tudo faz tanto sucesso, pela habilidade de nos paralisar para ver tudo isso!

  3. Tem como dar um like nos comentarios acima? (Rs…)
    Seguindo para amar ou odiar, em qualquer que seja a rede, o que mais me assusta é o quanto, a cada dia, grande parte disso se resume a exposiçao apenas, com pouco conteudo e muito vicio envolvido. Falo por mim e por quem sigo, mas mais por mim, que a cada dia tento focar no que inporta e me vejo desvuando meu tempo e atencao pra qualquer coisa que nao deveria me importar. Por isso tudo faz tanto sucesso, pela habilidade de nos paralisar para ver tudo isso!

  4. Uau… Postagem perfeita (como sempre acontece quando a Fernanda resolve comentar “modinhas”, “modismos” e afins). Comentários idem. :)
    Foi até um jeito de eu mesma acordar, levando em conta o que a Camila comentou acima…
    Não tenho Instagram, mas deu uma vontade de dar uma limpada no meu feed do Facebook…

  5. Te sigo no insta (você também se refere ao app pelo apelido? haha) porque adoro seu blog, mas tenho muita prigs quando você posta foto no elevador, look do dia…

  6. Eu nunca posto críticas negativas, sigo só pra amar mesmo, respondendo à sua pergunta. Como você escreveu, os ~haters~ se esquecem que por trás do aplicativo existe uma pessoa real com sentimentos reais.
    Quando a pessoa posta “Sim ou não?/Yay or Nay” perguntando a opinião dos seguidores a respeito de algo, aííí sim eu expresso se curti ou não.
    Meu comentário acima foi porque eu tinha entendido “Me diz, você ME segue pra me amar ou me odiar?” HAHAHAH que lerda… foi mal. :(