Quando a dupla She & Him lançou um álbum natalino em outubro, eu não só achei que eles estavam adiantados quanto subestimei os ouvidos do público. Pensei: “quem quer ouvir CD de Natal?”, mas aí me vi completamente equivocada quando vários outros artistas lançaram singles e álbuns para narrar a noite feliz cheia de neve.
Como hoje começa o mês do Papai Noel, os shoppings já estão decorados e jájá funcionando até meia-noite, chegou a hora da trilha sonora natalina. Deve ser coisa que americano gosta e a gente não faz muita ideia disso por aqui, mas, se for assim, melhor que sejam artistas legais cantando!
Do She & Him, recomendo “It’s Cold Outside”. Dá o play nessa fofura: .
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Depois deles, Lady Gaga lançou seu CD natalino, o “Very Gaga Christmas”. Apesar do EP ter apenas 4 músicas (e duas serem versões de suas músicas “profanas”, “You And I” e “”The Edge of Glory”), a versão da cantora para “White Christmas” também vale ser ouvida: .
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Agora esta semana a banda The Killers lançou o single “The Cowboy’s Christmas Ball”, que eu achei meio caça-níquel, mas bonitinho: .
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E se você estiver no clima, mas só se você estiver no clima MESMO, aproveita para dar o play no clipe natalino de Justin Bieber e Mariah Carey.
A dupla regravou a canção natalina superpop “All I Want For Christmas Is You” – e depois desse vídeo recheadinho de merchants, só consigo sentir saudade de Lindsay Lohan em “Meninas Malvadas”: .
Duvidei um pouco desse filme no começo por achar que ele usaria aquela fórmula do “casal moderninho”, mas me enganei. Entrou para os favoritos.
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Joseph Gordon-Levitt, como Tom, e Zooey Deschanel, a Summer, em “500 Dias Com Ela”
Eu não sei vocês, mas eu lembrava do Joseph Gordon-Levitt de “10 Coisas que eu Odeio em Você” e olhe lá, já que no filme ele era o protagonista, mas totalmente eclipsado pelo rebelde sem causa interpretado por Heath Ledger. O fato é que o rapaz cresceu, não é mais um adolescente (nem parece) e agora faz o papel de um recém-formado que acredita no amor, mas não acredita que pode ser feliz.
Fofo e um pouquinho loser, do tipo que perde o momento certo do primeiro beijo, o personagem Tom Hansen abandona a arquitetura, faculdade que cursou, para escrever cartões. Cartões de aniversário, de dia dos namorados, de condolências, de boa sorte e de qualquer outro tipo de coisa que “as pessoas querem falar e preferem que um pedaço de papel fale por elas”.
Um belo dia, seu chefe contrata uma nova assistente que resolveu mudar de cidade por puro tédio. Esta é a heroína Summer, vivida pela também cantora da ótima dupla She & Him, Zooey Deschanel. Ela é uma mocinha pela qual todo e qualquer homem poderia se apaixonar e que por isso mesmo causa alvoroço ao chegar num escritório repleto de senhorinhas, carente de um pouco de ovulação.
É praticamente instantâneo: rapazinho fofo e excêntrico detecta gostos em comum com uma gatinha estilosa e se apaixona. Como sua própria irmã mais nova – e mais experiente nos assuntos do coração que metade dos personagens – diz: “poderia ser ela ou qualquer outra. Vocês só gostam das mesmas coisas”.
Como o trailer anuncia, o filme não é uma história de amor e sim uma história sobre amor. E eu acrescento: sobre amar, ou sobre tentar. (Se você não viu o trailer, clica aqui)
“500 Days With Summer”ou “500 Dias Com Ela” nos conduz ao longo dos dias em que Summer e Tom tentaram ter um relacionamento e ao longo dos dias em que Summer já havia virado a página e apenas Tom ainda estava com ela. Desde o início, a garota deixa claro que não quer um namorado, que não quer ser “a namorada de alguém”.
Eles vão ao cinema, passeiam por lojas de móveis, fazem compras, comem comidinhas diferentes, tentam inovar no sexo, dão risada, compartilham segredos e, enfim, fazem você que está em frente à tela se apaixonar por eles por menos apaixonada que esteja a tal Summer e por mais triste e mulambento que esteja o Tom, depois de levar o pé na bunda anunciado no próprio trailer.
O espírito livre da mocinha me lembrou Holly em “Bonequinha de Luxo” (1961), que alimentou a paixão em seu Fred e tenta fugir, mas descobre estar apaixonada realmente. Já Summer, não, talvez porque a esta altura já estejamos mais que liberados para contar uma história em que uma “mulher livre” rejeita um homem, e apesar de eu realmente gostar da trama de “Bonequinha…”, talvez se ele fosse rodado hoje o final seria diferente.
Em todo caso, são dramas que não se comparam. Aparentemente baseado em fatos reais, “500 Dias Com ela” discute os relacionamentos modernos de uma forma original e ao mesmo tempo sensível, nada parecida com a fórmula usada por estes últimos filmes à la “Ele Simplemente Não Está Afim de Você”. Desta vez, a questão principal é: o que você tem versus o que você espera.
Se você é uma Summer que tem medo ou não acredita que vai acontecer pra você, ou se você é um Tom que perdeu quem acreditava ser sua soulmate, assista.
Apesar do preconceito que o gênero causa, é uma comédia romântica para meninos e meninas sim!, com bons diálogos embalados por uma trilha sonora excelente (que eu vou comprar!), e uma edição que revira de ponta cabeça e trás pra frente os momentos desses dois que ficam muito bem juntos, mas… A vida estava lá e os separou. Simples assim.
E se você realmente gostou e ficou querendo mais, assista o curta-metragem musical feito pelo diretor Marc Webb com Zooey Deschanel e Joseph Gordon-Levitt para divulgar o filme: