100 fatos sobre a Europa – Parte 3

Tudo o que eu vi, o que você já sabe e o que ainda não te contaram. 100 fatos divididos pelas 9 cidades que visitei e um top 10 geral para não faltar nadinha.

Esta é a segunda parte dos 5 posts que farei contando tudinho. Se você perdeu as primeiras partes, veja aqui: primeira parte (Lisboa e Madri) e segunda parte (Paris e Amsterdam).

Demorei pra continuar, mas agora vamos! Com vocês, Berlim e Frankfurt.


BERLIM

Berlim

Não vi o muro, mas vi o Knut!

41. Passei menos tempo do que pretendia por lá. Tudo começou porque não conseguimos o trem que queríamos de Paris pra Amsterdam, aí perdemos um dia na terra da Heineken. Nosso próximo destino seria Berlim, que acabou ficando prejudicada com a confusão. Ficamos num hotel bacana, com um café da manhã digno, que me fez suportar pela última vez andar por aí com um mochilão com mais de 13kg nas costas.

42. Quando você pensa em Berlim, você pensa em muro e história mundial recente. Ahan. Pois saibam que não se encontra tão facilmente o que restou do “muro de Berlim” construído depois da Segunda Guerra e destruído no final dos anos 1980. Vocês já devem saber de toda essa história, mas ainda assim recomendo assistir o excelente“Adeus, Lênin!”, que trata da situação da queda do muro de uma forma asbolutamente poética.

Bom, alguns livros turísticos indicam pontos da cidade com ruínas do muro, mas pela nossa falta de tempo e pela nossa cabeça avoada que nos fez esquecer os DOIS guias no hotel, acabamos ficando sem muro. É, fui pra Berlim e não vi o muro. Shame on me e lição para você que vai pra lá: dê prioridade a isso e consulte exatamente onde estão as ruínas que você quer ver. Não posso dar essa dica, porque, só de raiva, eu nem quis mais olhar onde elas estavam.

43. Mas, nem tudo está perdido! Eu vi, eu vi, eu vi a antiga catedral de Berlim que foi destruída na guerra. Atualmente, somente um lado da igreja está restaurado e o local funciona como uma espécie de museu em homenagem ao esplendor da catedral antes de ser destruída. Ao lado, uma igreja católica moderníssima foi construída, com direito a um órgão gigante e ao Jesus Cristo mais moderno que eu já vi, feito por um artista plástico alemão. O curioso é que no museu da catedral, um dos painéis informativos diz o seguinte:

Berlim

Traduzindo, simplificando: “Políticas insanas levaram à Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1945. Bombas foram atiradas sem perdão em Berlim. Durante a noite de 23 de novembro de 1943, a igreja foi atingida pela primeira vez e danificada tão severamente que teve de encerrar suas atividades. Mais tarde, ataques diretos e brigas de rua nos dias finais de hostilidade transformaram a antes esplêndida casa de Deus numa ruína triste.”

Políticas insanas? Ou políticas nazistas insanas apoiadas pelo povo alemão? … Enfim, o que importa é que a Alemanha me deixou com uma impressão bem clara: a população de mente sã repudia o que foi o nazismo. Pelo menos.

44. Outra prova clara de que os alemães repudiam essa época de terror, é que em todo o centímetro da cidade disponível para propaganda eu tive que aturar a cara do Tom Cruise nos cartazes de “Operação Valquíria”. Não vi o filme ainda, quero ver, acho o Tom um gato  e tudo mais, mas tanta publicidade me deixou desconfiada. Soou como obrigação ter de divulgar um filme que conta a história de um atentado contra Hitler.

45. Mudando de assunto, Berlim é a terra de uma das fofurinhas mais bem divulgadas dessa internet de Deus: o Knut. Knut é um ursinho polar que nasceu dentro do Zoológico (gigante) de Berlim. Rodamos horas (eu disse horas!) para encontrar o urso-pop-star e valeu a pena!

Zoo - Berlim

Ele é lindo, anda de um lado para o outro pra galera fotografar e tem uma carinha adolescente que não deixa você confundí-lo com os ursos mais velhos! Cresceu rápido e já tá todo posudo! Awn! <3

46. Berlim é barata. Quer comprar roupa? BERLIM. Comprei a jaqueta mais quente de toda a minha vida lá por 9 €. Vocês não estão entendendo. É uma jaqueta absurda de quente, toda forrada, com porta-ipod por dentro, com gorro e fofa, fofa, fofa. Tão fofa e tão quente que eu cheguei inclusive a suar usando a dita cuja. Ou seja? Quando eu quiser usá-la aqui em São Paulo, colocarei apenas um biquini por baixo. 8) hehe

47. O choque: os alemães são grandes. Nunca vi tanto homem grande em toda minha vida. E não necessariamente grande num sentido bom, mas eu com a minha altura média-ok (mais de 1,65 menos de 1,70m) me senti uma anã constantemente e tive medo de guardas do trem que não eram gordos, mas tinham que andar de lado no corredor para conseguir passar. Imaginem a cena.

48.
Sim, alguns são bonitos, mas não tanto quanto eu esperava. Decepção! E eu estudei um ano de alemão achando que ia encontrar um loiro aguado pra me amar e pff! Acabou que “loiro” não integra minha lista de preferências num homem (que dirá os com o adjetivo “aguado”) e eles não são lá tão gatos quanto eu imaginava.

49. O básico do alemão ajuda. E me ajudou. Se você não manja absolutamente nada, vale a pena ter um guiazinho de bolso com aquelas palavrinhas chaves do lugar, nem que seja pra você entender que ausgang é saída. Lá as placas do metrô não são traduzidas e obviamente você vai precisar delas.

50. Um elogio à cidade e à educação: o metrô de lá não tem catracas. Sem barreiras. Sem cobranças. Isso só pode significar que a população é tão bem educada  e com um nível tão bom que compram as passagens porque acham justo pagar pelo transporte público. Não é admirável? Sim, é.

Vou confessar que nós pegamos o metrô sem pagar por engano, porque não entendemos como funcionava! Depois é que vimos a lógica da coisa e fomos boas turistas. Seja você também. Além de ser o mínimo, o básico e o obrigatório, esse é um jeito de manter uma imagem mais simpática de nosso país lá fora, porque, acreditem, o que tem de turista brasileiro metido a bonzão, não tá no gibi! Uma pena.


FRANKFURT

Frankfurt

Eu e o pôr-do-sol da ponte do Rio Main (ou Meno)

51. Mais um café da manhã memorável, desta vez by Holiday Inn. Foi o segundo melhor de toda a viagem e só perdeu pro café da manhã de Salzburg porque lá tinha ovos mexidos todos os dias. E, sim, eu sou trash pra c$#%#$% e adoro um bom café da manhã internacional com ovos e etc., principalmente quando já sei que vou almoçar só depois das 16h. hehe

52. As pessoas perguntaram: vai fazer o que em Frankfurt? E eu lá sei, pessoal? Conhecer, mas é claro. Acho que é o mesmo tipo de pergunta besta que se faz para alguém que vem para São Paulo, já que aparentemente aqui não é uma “cidade turística”. Há controvérsias, não??

53. A “Skyline” de Frankfurt. Esta é aparentemente a grande atração da cidade, segundo o vendedor da loja de bichos de pelúcia, com quem conversamos sobre futebol e sobre o Kaká, lógico. Apesar de termos visto vários prédios, deixou a desejar e pareceu uma piada pronta. A skyline mais impressionante que eu vi foi certamente a de Paris, com seu “centrinho comercial”, o La Defense. Arrasam com Frankfurt. Perderam, arianos.

54. Abrindo o guia, descobrimos que Frankfurt abriga um museu de arte contemporânea recheado de arte pop. Lari e eu corremos de manhã cedinho direto pro museu, chegamos lá babando de ansiedade e demos com a cara na porta. Uma bela placa de CLOSED em amarelo avisava os inocentes turistas que o local estava fechado para desmontar uma exposição xis do Japão. A raiva foi grande, já que vi obra de tudo quanto é gente e voltei para os trópicos sem apreciar um Lichtenstein de perto. ¬¬

Frankfurt

Eu e um ursão gigante (óbvio, não? hehe)


55.
Frankfurt é a capital mundial do bicho de pelúcia. Ursos, avestruzes, elefantes e até ornitorrincos ganham versões fofas nas lojas de pelúcias artesanais. Se você não quer morrer enfartando de fofura ou com uma facada de euros no peito, fique longe. Eu ainda não compreendo como consegui resistir a um chaveiro de urso que custava 10 €. Acho que foi por isso. Por causa dos 10 €.

56. Para atenuar a dor de não ter entrado no museu de arte contemporânea, comprei um livro de pop art absurdo de maravilhoso pela bagatela de 10 € – o preço que eu pagaria no chaveiro de urso. Acho que fiz uma boa troca, não? Agora só tenho de voltar pra aula de alemão, porque por enquanto só consigo “ler” as figuras. 8)

57. Abandonei o mochilão. Em Frankfurt minha “Trilhas & Rumos” se tornou insustentável e eu aproveitei pra adquirir uma Samsonite vermelha com um formatinho versátil e tamanho bom, que pode ser usada tanto como carrinho como mala de mão. Foi caro, mas necessário e essas malas duram a vida toda. Recomendo!

58. Entrei num lugar mais alemão do que toda a Alemanha. Sério. Almoçamos num restaurante que parecia uma taberna germânica feudal, cheia de alemães velhinhos tomando cerveja, com direito a vitrais coloridos para iluminar a cena toda. Tudo bem que, quando os velhinhos adentraram o recinto em fila indiana, a gente tremeu em nossas cadeiras e achou que eles fossem uma espécie de máfia da terceira idade ou um grupo de poker de veteranos do exército, mas eles eram inofensivos e nos renderam bons comentários em português.

Para completar, eu, que adoro comida alemã, me deliciei com carne de porco assada e apflstrüdel com sorvete de sobremesa. Certamente foi uma das refeições mais inesquecíveis de toda a viagem!  Sim, eu ainda juro de pés juntos que emagreci mochilando.
(esse tópico me deu fome!)

59. O pôr do sol mais lindo que vimos. O céu de “Francoforte do Meno”, como diriam os portugueses, é absurdamente azul, mesmo com a poluição visível, já que todo predinho tem uma chaminé. Este céu azul nos proporcionou o mais belo sunset na Europa. Fiquei meio abobalhada em cima da ponte e perdi um tempinho olhando a paisagem de uma cidade que alguns consideram “cinza e sem atrativos”. Definitivamente, a beleza está nos olhos de quem vê.

60. Da próxima vez, irei a Münich. A Lari e eu não tínhamos nos atraído pela cidade ao escolher os destinos do nosso mochilão, mas quando o trem a caminho de Salzburg fez parada em Munique, sentimos até uma dor no coração: tinha GELO em todo lugar… Como vocês já sabem, eu não peguei neve. Ou seja? Revoltante.

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Aguardem cenas do próximo capítulo: Salzburg e Veneza.
Salzburg, a cidade austríaca onde tínhamos certeza que veríamos neve, e Veneza, um lugar muito mais encantado do que eu imaginava (e muito mais frio também).